Quem dera se toda pedra no sapato
Fosse de tamanho igual em todo mundo
Se faria justa toda a dor num segundo
E das letras não me tornaria um ingrato.

Réguas, diapasões, bússolas e corações…
Medem, afinam, orientam e torturam…
Todos os dedicados que tanto juram
Se manter presos à regras e convenções.

Desde que não imagine chegar ao fundo,
Sofrer minhas dores parece sensato
Meu padrão é desviar de todos padrões

Em meus pensamentos, terreno fecundo.
Eu não sei me prender à métrica e é fato
E que me perdoem de Bilac a Camões.

André Rocha

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