AMOR E MORTE – Por André Rocha (publicado pela primeira vem em Portal Cultura Alternativa)
Amig@s, dificilmente comento minhas poesias, mas nestes últimos meses, uma sequência de acontecimentos tirou do nosso convívio, de familiares a amigos e conhecidos, sem contar a lembrança de quem partiu há mais tempo.
Vou falar do tema de uma delas “A Morte” (página 60 do meu livro “Quase todos sentimentos em versos”). Trata-se de uma referência a um acontecimento inevitável para todos os seres vivos, mas que ainda assim provoca medo e desconforto e como o título já diz: A Morte.
Tal como o ciclo da vida, a poesia, embora “concreta”, começa com amor e termina com morte. Mas qual o sentido disso? Eu imagino nela todo o sentido possível, pois, se pararmos para analisar, a morte só tem relevante importância para quem ama! Já parou para pensar que sofremos com intensidades diferentes, bastando amarmos de fato pela pessoa que morreu? Ou seja, sofremos visceralmente com a morte de familiares e amigos próximos, mas apenas lamentamos a “passagem” dos demais, pois normalmente não os amamos.
Estou falando por mim e percebi que nos últimos anos, há uma triste tendência à banalização da morte, ou seja, pouco é feito ou cuidado para que as mortes não aconteçam, sejam acidentais ou provocadas por imprudência de trânsito, violência urbana, negligência médica, consumo excessivo de drogas(…). Resumindo, parece que está faltando amor ao próximo! Parece piegas, mas vejo como uma referência inevitável ao que esperamos de nós mesmos. Se amássemos mais, cuidaríamos mais para que as pessoas não morressem e quando viesse a acontecer, fosse do modo natural, ao findar o último pulsar da vida.
Como dizia Renato Russo, “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã porque se você parar para pensar, na verdade, não há”. Então, faça isso: Ame, incondicionalmente, mas não deixe para amanhã!
André Rocha
www.andrerocha.net
Inverno 2017
André Rocha
Inverno 2017
O senhor da guerra não sabe o que é luta.
Não sabe o que é luto, nem sabe perder.
O senhor da guerra em sua piedade fajuta
Só diz intervir apenas para o mal conter.
Os sacos pretos anônimos nunca se viu
Pois o senhor da guerra é muito ocupado.
O senhor da guerra e seu interesse vil
Olha no espelho e nunca acha o culpado.
O senhor… não sabe o que é cova rasa,
Tampouco imagina tantas filas de cruzes.
Muitas as perdas e sem volta para casa,
Minutos de silêncio, apagam-se as luzes
Sentimento de perda aqui, ali, no mundo
Ódio induz ao ódio, falta até a esperança.
Todos já sabem, com um medo profundo:
“O senhor da guerra não gosta de criança.”