UM – A FARRA: PREPARANDO O PALCO

Chegou a hora de mais um teatro eleitoral!
Atores e atrizes já estão orientados para falar.
Irão dizer tudo que o povo quer, mas afinal
Quando será que este “show” vai nos custar?

E chegou a hora do nosso teatro quadrienal.
Então, vamos fingir que não existe corrupção?
Vamos fingir que não existe político do mal?
Vamos fingir que somos uma feliz nação?

Vamos fechar os olhos e então imaginar
Que não é impossível um país perfeito.
Basta saber escolher quem lhe governará.
E é essencial ir à urna e saber votar direito.

DOIS – PÓS-FARRA: LUCRO E DIVIDENDOS

Hora de recompensar aliados e financiadores
Muito longe de serem aqueles que de fato merecem:
Enfermeiros, médicos, policiais, professores…
E outros tantos que alguns políticos esquecem.

Estamos longe destas “toxinas sociais” expelir
E um novo recinto do mal irão inaugurar.
Mais verba para o gabinete irão pedir
E de mais um hospital a verba se desviará.

Na situação em que tudo depende
Daquele povo que pouco ou nada lê.
Não se critica quem não o defende
E ainda coloca no bolso tudo o que vê.

TRÊS – A FESTA, SEM MOTIVO PARA FESTA

Neste momento, tudo da revolta, já passou.
Hoje, agora, só tenho a dizer: tenho medo!
A tênue esperança ainda não se acabou,
E fico temeroso com o que fazem em segredo.

Agora, Brasília passa dos cinquenta de idade
E aqueles caras, passaram dos cinquenta por cento.
Vamos exigir que prevaleça a legitimidade
E não o repetido mal agouro e este tormento.

Cinquenta anos de vida e nada de festa!
Não vamos fingir que nada de mal aconteceu.
Fechar os olhos para o que não se contesta
É pior que enterrar aquele que ainda não morreu.

André Rocha, Outono 2010

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