O dia daquele que adora o fogo e à mãe terra,
Do chão e da caça o seu sustento e nada mais.
Dizimado em seu próprio solo: tal como guerra,
Em um combate covarde a quem só quer paz.

O dia daquele que, em seu canto, canta a vida,
E mantém rituais transferidos a cada geração.
Ofendido em seu próprio solo: crença escolhida,
E catequizado como quem não tivesse opção.

O dia daquele que sucumbe à pólvora do poder,
E infinitas vidas se foram e irão sem justiça.
E ficarão desde curumins a pajés sem entender,
O não poder co-existir qualquer raça mestiça.

O dia daquele que ao “branco” ainda resiste,
Invasão cultural, invasão territorial, invasão…
Dia daquele ser, irmão terra. Que ainda existe
Respeitar antes da eminente e triste extinção.

André Rocha
19-abril-13