Chega um momento na vida em que nos deixamos
Não colhemos, no jardim, as melhores flores.
Não mais sorrimos até mesmo quando sonhamos
E nem as dores sofridas são as nossas dores.

Colapso de ideias em mente que não descansa.
Esquecer dos problemas: essa alma que padece.
Espanto do dia raiar sem alguma boa mudança
E esse não poder curar o outro me entristece.

Ainda que eu tenha o ‘meu’ poder de decidir
São infinitas minhas incapacidades a existir
E me incomoda todo o meu corpo amarrado.

Ainda que a dor do mundo não me chegasse
E com uma prece em um minuto ela esgotasse
Agora o que tenho é um coração apertado.

André Rocha
Primavera 14

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