A expectativa era a de que tudo se repetiria, mesmos lugares, pessoas e impressões, mas foi outra viagem com outras impressões. Impossível ter as mesmas impressões em São Paulo, ainda que se esteja no mesmo lugar, tentando fazer tudo igual, pois o público é outro o dia é outro, o tempo é outro!
Existe uma verdade de que São Paulo é uma cidade que nunca dorme. Como em uma gigantesca ópera, freneticamente, os atores vão se revezando no corre-corre de suas apresentações. Nos diversos palcos, os sons diversos demonstram a constante concorrência por atenção: pessoas gritando, pessoas cantando, buzinas de carros, sirenes tocando, dentre outros sons que se misturam e não conseguimos identificar, que vão alternando conforme as luzes se acendem e se apagam. Os diversos cenários que podem ser vistos, refletem as fachadas envidraçadas dos prédios mais modernos, nas quais podemos ver o contraste com o passado, de outras construções que já tiveram mais atenção, mas que hoje, a exemplo os mais idosos, contam histórias, histórias de uma cidade grande.
O grande capital humano que se mistura na grande cidade, se manifesta visualmente de diversas formas nas paredes, como grafites em cores e desenhos com alguma intenção artística, até aquelas menos ‘esteticamente belas’ nas manifestações marginais, em caracteres pouco identificáveis, usualmente chamadas de pixação.
Andando pelas ruas, podemos observar, de maneira mais próxima, a mistura de pessoas das mais variadas origens tanto brasileiras quanto de outras nações e dentre estas, facilmente podemos ver quais estão em uma situação confortável e quais ainda buscam todos os dias realizar seus sonhos, ou ter o mínimo para seu próprio sustento: muitas mãos estendidas com a palma para cima…
Outra viagem, outras impressões diante de tanta diversidade e, mesmo que na tentativa de acolher todo um mundo de braços abertos a situação pareça caótica, paixão reforçada por uma gigante cidade chamada São Paulo.
André Rocha, verão 2020.