Tendo pisado a branca areia fina,
Eu já curti a praia e o Sol quente.
Pronto a voltar para minha rotina.
Agora, hora de voltar ao batente.
Se será em paz ou será em guerra
O não esmorecer definirá a missão.
Quem afinal se omite e nunca erra
Nunca saberá o que é ter opinião.
Otimismo em qualquer momento
Se não está bom, uma hora ficará.
Dedo em riste provoca sofrimento
Nesta hora de as mãos apertar.
Não ser intolerante, ter ouvido atento
A boca falará quando for a hora certa.
Se a opção for o que resulte sofrimento
Levará tempo estancar a ferida aberta.
Chega um momento na vida em que nos deixamos
Não colhemos, no jardim, as melhores flores.
Não mais sorrimos até mesmo quando sonhamos
E nem as dores sofridas são as nossas dores.
Colapso de ideias em mente que não descansa.
Esquecer dos problemas: essa alma que padece.
Espanto do dia raiar sem alguma boa mudança
E esse não poder curar o outro me entristece.
Ainda que eu tenha o ‘meu’ poder de decidir
São infinitas minhas incapacidades a existir
E me incomoda todo o meu corpo amarrado.
Ainda que a dor do mundo não me chegasse
E com uma prece em um minuto ela esgotasse
Agora o que tenho é um coração apertado.
André Rocha
Primavera 14
Tags: Dor, Dores, Sofrimento
Carecemos de novas ideias e novos conceitos
Daí nos apegamos ao que julgamos o correto.
E a sociedade impinge aos outros, preconceito
E não resta, como existia, um pouco de afeto.
É claro que vou admitir: não sou imparcial!
Os olhos focam o que acredito e até entendo.
Não espero que chegue a mim e me julgue mal.
Quero sua liberdade. E o seu direito defendo.
Mesmo que eu não concorde com o seu dizer
O seu bem tal qual todos os outros vou querer
Espero que depois disso tudo, a paz prevaleça.
Mesmo que não concorde com tudo que eu disse
Conto com uma amizade que de mim não desistisse
E que não seja uma divergência que a estremeça.
André Rocha
Primavera 2014
Tags: amigos, amizades, divergência, Ideias, Política
Quão distante o Ser Humano pode chegar,
Sem se desprender de tudo que o limita?
Quem as estrelas do Céu consegue contar
Até que a contagem em um ponto se repita?
Perpetuamos parafrasear grandes mestres
Pois sempre ajudará a mantê-los vivos.
Serão imortais mesmo na ausência terrestre
Ao libertar os homens, da ignorância cativos.
Tanta falta passa a nos fazer ao nos deixar,
Ainda mais pelo seu nobre exemplo humano.
Nas palavras a pureza do matuto a retratar
Ah, já começamos a sentir saudades, Ariano.
André Rocha
23/07/2014
Tags: Ariano Suassuna, Compadecida, Poesia
Eis então me pesa a responsabilidade
E vou escrever com pesar no coração.
Perdem as letras, perde a humanidade
Ao partirem do convívio outros irmãos.
Festa no Céu. Aqui, a literatura está triste!
Escrevo pois é o que eu tento fazer bem.
Em cada página escrita, que hoje existe
Caberá uma palavra a homenagear alguém.
Perdemos João, Rubens, e perdemos…
Assim outros tantos brasileiros esquecemos
E outros nem mesmo sabemos existir.
Mas aos que se conhece e aos anônimos
Escreverei só elogios e bons sinônimos
Antes que, sem cerimônia, possam partir.
André Rocha
Tags: João Ubaldo Ribeiro, Poesia, Rubens Alves