Não vou mostrar fotos
Não vou expor nomes
Não vou dar “Ibope”:
Para racistas;
Para preconceituosos;
Para mal amados;
Para mal acabados;
Para desnaturados;
Para os estorvos da Nação!
‘Seres’ que habitam
Nosso meio,
Nosso contexto,
Nossas vidas,
Mas não compartilham
Amor,
Simpatia,
Gentileza…
É mais que certo:
Quem se acha muito,
Sempre lhe falta algo!
No ciclo biológico
Até a carniça tem importância!
Hoje, o racista imundo.
Amanhã, adubo fecundo!
Que todo mal desapareça
E leve consigo, seu causador!
André Rocha
08/08/2020
Meu bem hoje amanheceu muito nervoso
Ah, doutor peço que por isto não se zangue.
Ainda que na roupa, manchada de sangue
Não o mostre o tanto que ele é carinhoso.
Meu bem repetiu em meu corpo, a punição
Mas eu não acredito que sou tão ruim assim
Para receber de palavras a socos sem fim
No lugar do tanto que me dedico de coração.
Meu bem, não merece nem o espinho da flor
Hoje percebo que isso nem de longe é amor
O mal, chega devagar, até a primeira ferida.
Meu bem, nem o quero mal, quero distante!
Porque eu sou amor, em qualquer instante
E qualquer agressão deve ser combatida.
André Rocha
04/02/2020
A expectativa era a de que tudo se repetiria, mesmos lugares, pessoas e impressões, mas foi outra viagem com outras impressões. Impossível ter as mesmas impressões em São Paulo, ainda que se esteja no mesmo lugar, tentando fazer tudo igual, pois o público é outro o dia é outro, o tempo é outro!
Existe uma verdade de que São Paulo é uma cidade que nunca dorme. Como em uma gigantesca ópera, freneticamente, os atores vão se revezando no corre-corre de suas apresentações. Nos diversos palcos, os sons diversos demonstram a constante concorrência por atenção: pessoas gritando, pessoas cantando, buzinas de carros, sirenes tocando, dentre outros sons que se misturam e não conseguimos identificar, que vão alternando conforme as luzes se acendem e se apagam. Os diversos cenários que podem ser vistos, refletem as fachadas envidraçadas dos prédios mais modernos, nas quais podemos ver o contraste com o passado, de outras construções que já tiveram mais atenção, mas que hoje, a exemplo os mais idosos, contam histórias, histórias de uma cidade grande.
O grande capital humano que se mistura na grande cidade, se manifesta visualmente de diversas formas nas paredes, como grafites em cores e desenhos com alguma intenção artística, até aquelas menos ‘esteticamente belas’ nas manifestações marginais, em caracteres pouco identificáveis, usualmente chamadas de pixação.
Andando pelas ruas, podemos observar, de maneira mais próxima, a mistura de pessoas das mais variadas origens tanto brasileiras quanto de outras nações e dentre estas, facilmente podemos ver quais estão em uma situação confortável e quais ainda buscam todos os dias realizar seus sonhos, ou ter o mínimo para seu próprio sustento: muitas mãos estendidas com a palma para cima…
Outra viagem, outras impressões diante de tanta diversidade e, mesmo que na tentativa de acolher todo um mundo de braços abertos a situação pareça caótica, paixão reforçada por uma gigante cidade chamada São Paulo.
André Rocha, verão 2020.
Não espere de mim
Não apresse meus passos!
Não me decifre (impossível)
Fique sempre alerta,
Pois dou sinais.
Às vezes sutis
Às vezes até em gritos!
Alternadamente:
Sou quem você mais ama!
Ou sou quem você mais odeia!
Sou Hitler e a Madre Tereza!
Alternadamente:
Confidente compulsivo!
Ou fechado como ostra!
Sei o que gosto ou não
Sei onde vou até me perder…
Sem a piedade de quem me odeia
(a auto piedade é dada a quem odeia)
Alternadamente:
Doce como o mais lindo sonho!
Ou amargo como o pior pesadelo!
A chuva pode ser linda na seca
Mas um pesadelo onde for demais!
Sentido nenhum faz estar só
Mas, tem horas que é excelente!
Não espere de mim
Não apresse meus passos!
Alternadamente:
Estou feliz!
Ou estou muito triste!
Sou uma antítese natural
Minha natureza me fez assim
Ora amável, ora repulsivo
Alternadamente:
Sou amor!
Ou sou ódio!
Sempre:
Humano!
André Rocha
(reflexivos dias do verão/2020)
Você tem o direito ao absurdo!
Tem o direito de querer ser feliz.
Tem o direito de se fazer surdo,
O direito de possuir o que quis.
O direito de escolher o que quer
Também até não querer escolher
De gostar de homem ou mulher
E até mesmo do óbvio não ver.
“És tudo da lei’, segue sua sina!
E a cada ode que nunca termina
À própria história e seus defeitos.
Tudo da lei, mesmo não querendo!
Sendo escolhido ou escolhendo,
Cada um com seus pétreos direitos.
André Rocha
06X2018
Tags: Democracia, Eleições